quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Funcionalismo

O Funcionalismo tem como objetivo analisar a língua como instrumento de comunicação em condições reais de funcionamento, na interação entre falantes.
Compreendendo nesse processo a relação entre língua e sociedade, e suas diferentes formas de significação. Abrangendo as escolhas lexicais que são feitas.
No funcionalismo encontramos as seqüências organizadas por meio de tópico e comentário.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Materialismo Histórico

Antes de tratar do materialismo histórico, com base na aula do dia 19 de novembro, vamos revisar as demais correntes estudadas até então, de forma resumida:
Estruturalismo preocupa-se com a estrutura da língua, com seu caráter descritivo.Analisando o enunciado Os menino, temos: os como determinante e menino como nome, constituindo o sintagma nominal. Para essa abordagem não há a preocupação em questionar a não aplicação do plural no último termo do sintagma, apenas descrever como a língua esta para o falante.
O gerativismo, diferente do estruturalismo, leva em consideraçã não só a descrição,mas as regularidades da língua.Então no mesmo enunciado Os menino, temos também, os como determinante e menino como nome. Porém existe a preocupação em explicar que esta forma de utilização é recorrente.
Ambas correntes têm preocupação apenas com o lingüístico.
Em comparação com estas duas correntes, temos o materialismo histórico, que tem como base determinações históricas, sociais de um ponto de vista semântico.
No nível semântico existe uma ordem do enunciável, ou seja, nem tudo pode ser dito, o dizer está autorizado apenas a sujeitos inscritos social e historicamente, em lugares de poder. Esse poder faz referência à posição ocupada pelo sujeito, em um determinado momento da história. Sendo desta forma, para citar como exemplo, só um padre pode falar do lugar de um padre, para que seu discurso tenha credibilidade.
Descrever e interpretar o discurso é o trabalho dos materialistas, avaliando as condições de produção deste discurso no interior da história, e levando em consideração o sujeito que o enuncia.
Um dos principais autores que se debruçaram sobre o materialismo foi Mikail Bakhtin,em seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem de 1960.
Neste momento temos duas orientações que se caracterizam pelo materialismo da época: objetivismo abstrato e o objetivismo idealista,sendo o primeiro marcado por Saussure e o segundo por Vossler. Bakhtin faz críticas as orientações apresentadas.
A primeira crítica, a Ferdinand Saussure, diz respeito ao fato de tratar a língua como sistema. Não levando em consideração que a mesma se sustenta na relação com o social com o histórico. A segunda é dirigida a Vossler,uma vez que de acordo com Bakhtin, nos constituímos por meio da interação com o outro,o que não é apresentado por Vossler. De acordo com Mikail Bakhtin, é pela linguagem que o sujeito se constitui. Essa constituição e marcada históricamente.
Em um de seus livros, Problemas da Poética de Dostoiévski, Bakhtin a partir de estudos feitos sobre a obra de Dostoievski,conceitua o termo polifonia,para designar as muitas vozes no discurso. Esse termo passa a ser usado na Análise do Discurso,disciplina criada por Michel Pêcheux,para trata das diferentes vozes vindas de diferentes discursos.
Em meio a este contexto cabe explicar como surge o materialismo histórico. Este surge com a análise de Karl Marx da sociedade capitalista, que se desenvolvia com bases industriais. Por meio destas bases, Marx observa a distinção de duas classes especificas: a dos proletários e dos patrões. Temos então o fator social envolvido, uma vez que, o proletariado não permanece com o produto de seu trabalho, nem tão pouco com os lucros,que permanencem com os donos do meio de produção. Em fase desse processo, surge o materialismo histórico.
Sendo desta forma, o materialismo tem suas raízes na interação social, no que é exterior.

Materialismo Histórico da língua: Análise do Discurso de Orientação Francesa

A análise do discurso surge a partir de uma interdisciplinaridade entre três regiões do conhecimento: marxismo (althusseriano), psicanálise (lacaniana) e estruturalismo lingüístico (saussuriano). Questionando cada um desses campos de conhecimento, expondo seus pontos mais frágeis. Desta forma trás as exclusões de Saussure à luz do conhecimento na Análise discursiva, desta forma temos: o referente (construído no e pelo discurso) e a História (por meio de suas lutas de classe) e o sujeito. Temos dentro deste conceito geral da Análise do Discurso diferentes formas de pensar a materialidade
Histórica, são elas: Materialismo Pecheuxtiano, Foucaltiano, Bakhtinianos e o de Norman Fairclougl. Vejamos de forma resumida cada análise.
Análise pecheuxtiana: consiste na idéia do discurso ser determinado pela história, tendo a linguagem relação com a historia;
Para Foucault, pensar o discurso com as condições que possibilitam este discurso, em suas condições e possibilidades de erupção, em seu status de verdade;
Em Bakhtin,pensar a linguagem enquanto produto de um sujeito interlocutor. Este sujeito não precisa ser necessariamente outra pessoa, mas a ideologia, a história. Sendo a linguagem uma interação entre “eu” e o “outro”;
A análise de Norman é uma visão crítica do discurso. Considerando as lutas sócias que se materializam em práticas discursivas.

Análise de orientação francesa


Surge no final dos anos 60 com Michel Pêcheux, como produto de um projeto político. Construído por meio das influências da linguagem althusseriana, segundo pressupostos marxistas, que derivam dos escritos de Althusser em Aparelhos ideológicos do Estado.
Porém Pêcheux compreende a língua como um mirante da ideologia, mesmo filiando-se ao materialismo althusseriano. Sendo desta forma não trabalha com a língua, mas com o discurso, mais especificamente com o discurso político. Karl Marx analisa a ideologia como falsa consciência, marcada pela relação de capital e trabalho, um ideal que é só aparência. Já na Análise do discurso, existe outra visão, em que a ideologia é social se materializando em linguagem, no texto. Sendo desta forma o lugar em que o sujeito se constitui.
Outro teórico do discurso, Dominique Maingueneau, levanta três hipóteses para o surgimento da A.D: o primeiro compreende-se pela obsceção dos franceses em compreensão da significação; o segundo pela leitura do discurso político, e o terceiro como projeto político - cientifico de conscientizar as massas de sua submissão aos discursos políticos. Este último e a aposto do autor.



Certidão de Nascimento.

A hipótese de trabalho da Análise do Discurso consiste em pensar a linguagem de maneira cientifica. Nesta definição temos a certidão de nascimento da Análise do Discurso.

Revista Languages número 13 Jean Dubois 1969:
Livro Análise Automática do discurso de Michel Pêcheux 1969;


Neste contexto temos o sujeito, a ideologia na materialidade especificada na língua. Sendo de preocupações que não vão para o léxico, e sim para a informática, maquinaria discursiva, constituindo uma semântica de cunho marxista e que não hesita em reclamar alguns conceitos da psicanálise lacaniana.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Texto: "Sintaxe: Explorando a estrutura da sentença"

RESENHA

NEGRÃO, Esmeralda Vailati; SHER, Ana Paula; VIOTTI, Evani de Carvalho. “Sintaxe: explorando a estrutura da sentença”. in FIORIN, José Luiz. (Org.). Introdução à linguística II: princípios de análises. 2ª ed. São Paulo: Ed. Contexto, 2003.


Esta obra tem a finalidade de analisar os percursos que cada sujeito realiza quando produzem os seus enunciados, ou seja, com base no conhecimento inato que cada um tem sobre sua língua, podendo, assim reconhecer as categorias gramaticais que utiliza na produção das sentenças. No texto as autoras formulam alguns pressupostos de como a teoria gerativista atua no campo da língua, em específico, da sintaxe. A principal tese da teoria é a de que existe no falante de língua natural um saber inato sobre a estrutura de sua língua, o que faz com que, dentre outras coisas o falante reconheça uma sentença agramatical. Eis alguns pressupostos:
1- O falante de qualquer língua natural tem conhecimento inato sobre como os itens lexicais de sua língua se organizam;
2- A competência linguística permite ter intuições a respeito de agrupamentos lexicais;
3- A competência nos ajuda a perceber que a sentença não é o simples resultado de ordenação linear, mas sim de forma hierárquica.
4- Os falantes de uma língua sabem que um certo item lexical pertence a uma determinada categoria gramatical;
As autoras analisam como os falantes de línguas naturais possuem uma noção de categoria gramatical, mostrando como nossa competência e a nossa performance contribuem para que cada sujeito falante entenda e reproduza sua língua. A competência lingüística, segundo a teoria gerativista, é a capacidade inata que os falantes de uma língua têm. Assim, mesmo que implicitamente, os falantes sabem que os itens lexicais fazem parte ou se distribuem em categorias gramaticais. Nesse sentido, há palavras que possuem as mesmas propriedades gramaticais, pois têm o mesmo comportamento. São apresentadas várias manobras de estruturação de sentenças para explicar como a competência lingüística funciona e é de caráter biológico, cabendo ao falante a atualização e/ou desempenho desse saber. No texto é apresentado como os nomes, os verbos, os advérbios, os adjetivos são categorizados a partir da noção gerativista, bem como a estrutura de constituintes e o processo de construção dos agrupamentos dos itens lexicais (propriedades caracterizadoras das categorias).


Resenha escrita por:
Clarissa Neves Conti
Felipe Marques de Menezes
Marco Antonio Almeida Ruiz
Mônica Menezes Santos
Natália Monteiro da Silveira

domingo, 18 de outubro de 2009

Estudo Dirigido

Algumas Questões



1)O programa de pesquisa gerativista assume como um dos seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo os gerativista,quais são as evidências que sustetam esse pressuposto?
Segundo os gerativistas, as evidências que sustetam o pressuposto que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos consiste em evidências que relacionam-se a um dos universais chomskyanos,com referência a aquisição da linguagem,a Gramática Universal. Argumenta-se que a mente humana tem um sistema detalhado das regras gramaticais, o que possibilita o desenvolvimento da aquisição da linguagem,ou seja,estaríamos pré-dispostos biologicamente. Diferente da escrita e leitura que é de ordem cultural,uma vez que é apreendida ao longo da vida. Outra evidência está relacionada a problemas neurológicos,como exemplo a afasia,que é a perda da capacidade para lembrar palavras ou construir frases,essa lesão pode ser causada por traumas físicos ou psicológicos. Sendo dessa forma,de acordo com Noam Chomsky, a linguagem relaciona-se as ciências naturais.
2) A linguagem humana no entendimento de Noam Chomsky baseia-se em uma propriedade elementar chamada propriedade da infinitude discreta. Explique o que vem a ser tal propriedade.
A propriedade da infinitude discreta consiste em a partir de um conjunto limitado de regras gerar um número infinito de frases, ou seja,sentenças simples transformarem-se em sentenças complexas. Esse é um outro princípio universal chomskyano, o da recursividade.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Três Saussures.

É indiscutível o papel de Ferdinad Saussure dentro dessa ciência piloto que é a Linguística, e é de grande importância seu curso de linguística geral, mesmo existindo controversias sobre sua autória, que pode ser atribuída aos editores Albert Sechehaye e Charle Bally. Mas o que precisa ser dito é que não existe apenas o Saussure do CLG. Existe também o Saussure dos anagramas e dos manuscritos.
O Saussure do CLG exclui o sujeito e a história, mas o dos anagramas e dos manuscritos analisam o sujeito e a história, implícitos na linguagem. Entretanto nos três Saussures os signos são pensados em suas relações internas,imanentes.
Para inscrever a Linguística como ciência, trabalha com o positivismo que é o modelo vigente da época, esse modelo nega qualquer subjetividade, porém, não existem comprovações que Saussure tenha afirmado que a fala é assistemática, mas por ser considerada da ordem do subjetivo fica fora dos molde positivistas

sábado, 12 de setembro de 2009

Analisando Chomsky

Ainda no texto de José Borges, tratamos sobre Noam Chomsky. Assim como Saussure, Chomsky acredita na homogeneidade do objeto da linguística, baseando-se desta forma na noção estruturalista. Mas diferente de Saussure, ele analisa a estrutura como um conjunto de regras, dinamizando esta concepção de caráter estático e sistêmico da estrutura saussuriana. Não sendo desta forma um sistema fechado e, segundo o autor, chegar à noção de criatividade linguística, retomando a energia de Humbold.
Bloomfield, que também possui um caráter estruturalista, porém não sendo o mesmo de Saussure, acredita que crianças são como tabuas rasas e o processo de aprendizagem se dá através de estímulo e respostas. Outras visões por ele também são abordadas como fundamentos filosóficos e idéia de amostragem. Mas para Chomsky nascemos com essa capacidade, ou seja, existe uma espécie de gramática internalizada.

Uma outra questão compreendida por Chomsky é a análise da língua por seqüências oracionais, onde duas leituras são possíveis: estrutura superficial e estrutura profunda.
Estas estruturas compõem, para a visão chomiskiana as duas leituras possíveis dentro
do enunciado,o limite e a frase,sendo desta forma a lingüística da frase.
Chomsky não leva em consideração os aspectos da enunciação. Não se preocupa com o contexto mas, sim com a materialidade.
Existe também a visão do Universal lingüístico: toda a língua tem sujeitado e predicado. Todas as línguas têm recursividade.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ensaios da filosofia da linguística

Com o capítulo do livro de José Borges de seu livro Ensaio de filosofia da Lingüística: De que trata a lingüística, afinal? Começamos nossos estudos.
Logo no início do capítulo o autor nos dá uma possível resposta da grande maioria dos lingüistas a respeito da pergunta: De que trata a lingüística? Como sendo a ciência que estuda a linguagem humana, conforme autor, tal definição se encontra em vários tratados de lingüista e nesses textos, com essa resposta sumária, considera-se encerrado o debate sobre a natureza do objeto da investigação lingüística.
O autor nos dá algumas razões para duvidarmos dessa postura:
A primeira seria a linguagem sendo o objeto de outras áreas do conhecimento como filosofia, jornalismo etc., mas não tendo o mesmo enfoque, pois, cada área do conhecimento tem um ponto de vista e, mudando o ponto de vista teórico muda o objeto.
Outro tipo de resposta possível, conforme o autor seria: “Não sabemos qual o objeto da linguística; mas cada um de nós sabe perfeitamente qual o objeto de sua especialização dentro da linguística”. Logo se não temos como generalizar o objeto da lingüística, podemos para tanto em cada área que trabalha dispor de caracterizações práticas e teóricas, apropriadas de investigação.
Em outro momento o autor discuti sobre objeto observacional e objeto teórico: "Toda teoria delimita certa “região” da realidade como seu objeto de estudos". E explica que o objeto observacional de uma teoria é, em princípio, a “região” que a teoria privilegia como foco de sua atenção e é constituído por um conjunto de fenômenos observáveis.
Sendo assim os diversos saberes lingüísticos dialogam, convivem, ou seja, existe um pluralismo teórico na lingüística.

Primeira aula

Neste primeiro momento revisamos como surge a linguística, a partir da públicação do Curso de Linguítica Geral de Saussure.
Em outro momento da aula conhecemos as diferanças entre linguagem e código de sinais, através do zoólogo Karl Von Frisch, que analisou a comunicação entre abelhas; e do linguista Emilé Benvenist que com base nos experimentos de Von Frisch com as abelhas, verificou que na verdade o que ocorre é um código de sinais, pois existe comunuicação mas não há um processo de significação.
Outros temas também são abordados como a linguagem sendo constitutiva do ser humano e os fatores que descadearam os estudos da linguagem .
Com Mattoso Câmara J.R vimos a delimitação da linguística em diferentes campos de estudo da linguagem.